Égua no cio! Entenda o que fazer quando acontecer?
É sabido que a égua apenas aceita o acasalamento no período do cio, ficando receptiva ao garanhão. Agora, com relação à reprodução de cavalos, há alguns questionamentos a serem respondidos. Um deles é o que fazer quando a égua entra no cio.
Pensando nisso, a TudoVet elaborou esse artigo com todos os detalhes para você saber como proceder.
O que é o cio?
O cio ou o estro é a fase em que a fêmea — exceto os primatas — aceita o acasalamento. O ciclo do cio tem duração de cerca de sete dias, podendo sofrer variações no decorrer da estação de monta. O ciclo mais longo é o do início da primavera e segue em processo de diminuição de dezembro a janeiro. No outono, bem como no inverno, a maior parte das éguas para de ciclar. A razão fica por conta da luminosidade que, nessas estações, é menor. Esse período é conhecido como anestro estacional. Ele ocorre quando os ovários se tornam inativos, visto que lhes faltam os estímulos oriundos da hipófise.
Como a égua se comporta durante o cio?
O cio é quando a égua normalmente fica receptiva ao garanhão, nós já sabemos. Na presença do garanhão, ela afasta lateralmente os posteriores, elevando a cauda e urina uma boa quantidade com odor característico. Em seguida, contrai a parte inferior da vulva, expondo o clitóris, como é dito popularmente que a égua está “piscando”. Por sua vez, no diestro, a égua rejeita o garanhão, abaixando as orelhas, podendo morder e dar coices.
O que devo fazer quando minha égua entrar no cio?
Assim que detectado o cio, alguns cuidados devem ser tomados tanto com a égua, quanto com o garanhão.
A égua não é sensível à pressão microbiana ao nível da vulva ou da vagina. O útero, apesar de sua defesa imunológica, deve ser protegido de contaminações externas com:
- Limpeza da região perineal da égua antes da introdução de qualquer instrumento pela vagina;
- Introdução somente de material esterilizado na vagina e, principalmente, dentro do útero (luvas e sondas de inseminação, espéculo, entre outros). Tolera-se a utilização de luvas descartáveis, não esterilizadas, se a mão do operador ficar somente na vagina, sem penetrar no útero;
- Lavar o ânus e a vulva, de cima para baixo, com sabão neutro iodado e enxaguar;
- Limpar a região perineal ao redor da vulva e enxaguar;
- Por último, limpar a região abaixo do clitóris sem retornar à região vulvar. Esta operação deverá ser repetida duas vezes.
Em se tratando do garanhão, a mucosa do pênis pode estar coberta de células descamadas. A cavidade prepucial e a fossa da uretra, cobertas de esmegma. Essas secreções secam e podem irritar a mucosa, provocando edema na bainha prepucial, além de contaminar o sêmen.
A intervalos regulares — quinzenal ou mensalmente — deve-se limpar com água morna e sabão neutro e, depois, enxaguar bem o pênis do garanhão. Entretanto, é bom lembrar que a utilização desta prática e, principalmente, quando se usa antissépticos, pode levar a um desequilíbrio da flora bacteriana, favorecendo a proliferação de germes patogênicos resistentes aos antissépticos.
Alguns criadores utilizam a prática de lavar o pênis com água morna, após cada cobertura, introduzindo-o dentro de um caneco comprido, próprio para isto.
Se for destro, posicione-se atentamente próximo ao lado esquerdo do cavalo e, com a mão direita, introduza devagar uma mecha de algodão molhado no interior da bolsa prepucial. Repita esta operação quantas vezes necessário e, a cada vez, com uma mecha nova retirada do balde.
Durante esta operação, deve-se explorar com o dedo a reentrância situada acima do processo uretral, para se remover qualquer acúmulo que ali se possa encontrar.
Por sua vez, quando se trata dos reprodutores, o material utilizado para cobertura ou inseminação, que entra em contato com os órgãos genitais, deve ser descartável (papel absorvente, ligas para cauda, bainha descartável para vagina artificial — ou de vagina artificial para uso individual).
O caneco para lavagem do pênis do garanhão deve ser individual. O espéculo vaginal será lavado e esterilizado a cada manipulação ou, ainda, tolera-se a desinfecção em um balde contendo desinfetante.
Há riscos de transmissão de germes entre reprodutores?
Sim, há riscos de transmissão! Esses são os riscos de transmissão de germes entre os reprodutores, por ordem de importância:
- A monta, devido ao contato íntimo das mucosas genitais;
- A inseminação artificial, que impede a transmissão de germes patogênicos da égua para o garanhão, mas não do garanhão para a égua;
- Contaminação intermediada, pelo material humano e/ou, de suporte utilizado, quer dizer, aqueles elementos susceptíveis de tocar o aparelho genital — por exemplo, as mãos do apontador;
- Outro exemplo seria do Espéculo vaginal (Vaginoscópio) não esterilizado, utilizado em diversas éguas.
Agora, você já sabe o que fazer quando sua égua entrar no cio, não é mesmo? E nós temos uma pergunta: sua égua já teve gravidez psicológica? Quer saber quais são as causas e sintomas? Então, leia esse artigo especial sobre o assunto.
Equipe TudoVet