Comumente presente em equinos de trabalho e alto desempenho, a dor toracolombar atinge diretamente no dia a dia do animal por afetar de forma significativa a habilidade de descolamento e movimentação. A coluna, composta por dezoito vértebras torácicas, seis vértebras lombares e cinco vertebras sacrais fundidas, pode apresentar dor toracolombar causada por variações congênitas nas articulações cervitorácicas, toracolombares e lombossacrais ou mesmo por exercícios intensos de repetição.

A dor toracolombar é uma das incapacidades físicas mais comuns, que podem evoluir para dores crônicas, restrição de movimentação, estresse e perdas financeiras consideráveis decorrentes de gastos veterinários e diminuição da produtividade do animal. Mesmo assim, as lombalgias são ainda pouco exploradas, em função ao conhecimento ainda superficial da anatomia funcional da coluna vertebral toracolombar.

É possível identificar a dor Toracolombar

A identificação da dor toracolombar no animal é simples, porém envolve observação multifatorial do criador e veterinários. O primeiro sinal de que algo não está bem provavelmente será notado com a diminuição de atividade do animal, aumento da irritabilidade e em casos crônicos apresentação prostrada do bicho.

O segundo passo se dá através de apalpamento da região toracolombar, algumas lesões e inflamações podem ser facilmente identificadas através do apalpamento treinado da região. Mesmo assim, após essa avaliação, exames clínicos laboratoriais são necessários para localizar o ponto exato de lesão, extensão e avaliação do tratamento adequado para cada animal.

Os objetivos do exame clínico da região toracolombar são identificar as possíveis lesões presentes, confirmar se existe dor, e a localização das lesões presentes. São eles:

• Inspeção
• Palpação
• Testes de Mobilização
• Exames durante o movimento

Alguns exames complementares também podem ser utilizados, devido a inacessibilidade de muitas regiões toracolombares, como a ultra-sonografia a radiografia e a termografia. Esses exames auxiliam na confirmação das lesões pré diagnosticadas e auxiliam na escolha do melhor tratamento para o animal.

Tratamento da dor toracolombar equina

O tratamento da dor toracolombar equina tem como principal objetivo aliviar as dores do animal o mais rápido possível, evitando assim grande perda de massa muscular e minimizando os prejuízos financeiros do tempo parado.

O tratamento com anti-inflamatório e miorrelaxantes são os que costumam apresentar resultados menos expressivos e duradouros. Em contrapartida, tratamentos alternativos tem resposta melhor e mais rápida na maioria dos casos, sendo sempre indicadas de acordo com a avaliação e diagnóstico do animal:

• Infiltrações locais

Através de agulhas de injeção, incisões locais são realizadas e então aplicado corticosteróides, associadas ou não a miorrelaxantes ou neurolíticos diretamente no músculo lesionado.

A aplicação é melhor realizada com suporte de ultrassonografia e apenas com manejo clínico especializado.

• Acupuntura

A acupuntura tem sido indicada como tratamento eficaz tanto para humanos quanto para equinos que sofrem com problemas na coluna. Pode ser utilizada como tratamento único ou como complementar à um outro método, variando sempre conforme a avaliação e diagnóstico do animal.

O tratamento se dá pela aplicação de agulhas em pontos específicos, pode também ter o estimulo conjunto de pequenas correntes elétricas, estímulo contínuo através de pressão ou até mesmo aquapunturuta.

• Fisioterapia

É um tratamento complementar de grande importância para o rápido retorno do animal às atividades anteriormente executadas. Através de exercícios de movimentação por repetição os conjuntos de músculos são fortalecidos e reestabelecidos cuidadosamente. Massagens também podem ser realizadas, para redução da dor, edemas e melhoria da circulação sanguínea da região atingida.

• Manejo do Treinamento

Após medicação e tratamento da dor inicial, o manejo alternativo é fundamental para o retorno do animal a sua condição inicial, com mínima perda de massa muscular e de preparo físico. A mudança no programa de treinamento irá evitar a atrofia dos músculos, fortalecer e estabilizar a área vertebral e equilíbrio do cavalo. Quanto menos tempo o animal ficar em descanso, parado, melhor será para sua recuperação.

• Tratamento cirúrgico

Indicado apenas em casos críticos e muito específicos, demandam do animal seis meses de recuperação pós-cirúrgica. É normalmente o último recurso utilizado, devido ao tempo de recuperação ser muito expressivo.

Como todo manejo e criação bem feitos, o bom criador precisa conhecer seus animais e contar com uma equipe multidiciplinar dedicada que seja capaz de observar e identificar precocemente a presença de dor toracicolombar, avaliar a extensão e escolher o melhor tratamento. Com isso o tempo de recuperação é mínimo, juntamente com a perda muscular e de preparo físico.

Equipe TudoVet